domingo, março 04, 2012

ReComeçar (...)

(Re)começar... Buscar sentido quando não mais nos encontramos ou nos reconhecemos enquanto indivíduos os quais éramos e/ou desejássemos ser no sentido de estar no caminho para isso, aponta para uma questão que nos deparamos diante dos nossos diversos “eu’s” – o que penso ser, o que desejo ser etc. Porém isso seria um parêntese para próximos assuntos do presente blog, não obstante da conexão que estabelece com o presente post, na medida em que há uma vontade de escrever que há tempo não vinha se materializando... rs Enfim, onde buscar? Como voltar? Como (re)começar?

Então, hoje gostaria de re-começar o blog após esse tempo (muitos meses rs). Por que não?! Escrever seria uma forma de descoberta, uma vez que a sensibilidade com a qual percebemos os fatos externos que os demais também vêm nos tornam únicos e teóricos da nossa “colcha de retalhos”, acunhada Vida. Seria o caleidoscópio?

O instrumento utilizado para tal percepção é o mesmo: visão. No entanto, o modo como isso será feito é que irá nos diferenciar do outro – aquele que é aquilo que não sou até então (alteridade?!). Esse modo, essa forma de ver e viver aquilo que a vida nos apresenta em cada dia singular de nossa existência é que dá a cor, o tom no que somos, queremos ser (expectativas futuras) e fomenta ainda mais nossas relações com o mundo e com os outros.
Que o ano de fato já começou, que a vida não pára e continua a fluir, fluir e fluir... Que vivamos com a singularidade tal que dispomos para com o mundo e com os que estão ao redor, assim como não esqueçamos nossa sensibilidade para viver, ver e cuidar daquilo que temos no agora: a Vida.

sábado, janeiro 29, 2011

Viver.


"Para que viemos?"

As vezes vivemos tão presos e cegamente a essa realidade que nos rodeia, dotada de paradigmas, de modelos em série a serem seguidos, de "pensamentos" já pensados, de caminhos sugeridos... de "receitas", que esquecemos que o "viver" traz - seu brilho, textura, formas, alternativas, dinamismo e autenticidade.

A vida não vem descrita atrás de uma caixa de alimento que se compra no supermercado com o "Modo de preparo" que ao final indica um possível resultado. Partindo desse pressuposto, fica evidente que essa 'passagem por tal realidade' até então vivenciada, por assim dizer, é algo ligado a uma linha pré-definida do que devemos ou não fazer. Será possível, de fato, afirmar isso?

Escolhas existem. Se a decisão for por essa alternativa, a renúncia de outra será realizada mesmo que indiretamente, aliás, será diretamente e segundo uma conseqüencia. Pode-se dizer que neste ponto nos deparamos com uma espécie de liberdade... agora, porque "espécie"? Será que a liberdade é tão "livre" assim? Digamos que pelo significado - estrutura gramatical - deve ser encarada dessa forma, porém ao esmiuçar esse conceito sob um outro ângulo, é possível identificar o fato de que a liberdade se torna escrava da escolha, da decisão, do "de qual caminho seguir?". Então, como "escravidão" (no sentido de vínculo) pode combinar com "liberdade"?! Paradoxal, não?!

Uma vez que é preciso decidir sobre determinada situação, a liberdade dá o seu parecer, segundo algo necessário e, indispensável também ao se considerar que ela é quase que obrigatória de existir para que seja feita uma escolha.

Teoricamente, liberdade não combinaria com obrigatoriedade, nem com necessidade... há de se considerar que os contextos nas quais essa pode, porventura, surgir, sua obrigatoriedade vem de guarda-costas!

Há de se considerar que escolhas são feitas sempre visando um sucesso, mesmo que a longo prazo. Por que? Seria isso algo um tanto quanto cultural? Ou essencialmente cultural? Ou, ainda, pode ser um aspecto intrínseco à essência humana - o que por sua vez é complicado de afirmar por esta ser tão misteriosa (obscura), ao mesmo tempo em que é imprevisível? Atrelado a isso, vem a necessidade de sermos reconhecidos pelo outro, como já afirmava Adler.

Esse "sucesso" de que estamos falando, pode sim ser um reconhecimento. Por que não? A relatividade existe! E, se formos pensar que esta busca é para apresentar aos outros, como um esforço em alcançar algo que a sociedade instituíu em nosso repertório de desejos, há de se admitir que algo subjetivo pode estar sendo tamponado em face aos "desejos" externos... Há de ter uma mediação entre o que vivencio enquanto uma experiência única e voltada à escuta do meu próprio ser e o que o todo a minha volta tenta impor por meio de sutis sugestões, até mesmo subliminares. Uma forma de parear "o que sou realmente" enquanto um ser desejante e o que o meio consome de mim e me faz consumir do universo ao redor.

Ps.: "Texto" encontrado em arquivo guardado e quase "esquecido"! [[:
M.

domingo, janeiro 23, 2011

"Feliz?! Sempre!" Ou pseudo-felicidade?


Por que temos essa cobrança, por vezes tão acirrada, dentro de nós mesmos? Por que queremos sempre ganhar? Por que temos de ser sempre bem humorados buscando deixar evidente nossa felicidade constante? (Mesmo que esta evidência seja para nós mesmos...)

Por que nos exigimos tanto para com nós mesmos em ser feliz o máximo que pudermos?! A busca cega por esta felicidade acaba nos forçando em certos momentos, não permitindo que o brilho, a leveza e a autenticidade da nossa existência aja por si só - que sejamos nós, que choremos e abracemos toda a tristeza quando ela bater a nossa porta, a fim de que os resíduos da sua invasão seja aniquilada muito mais que noventa por cento, em prol da "não lembrança ruim"...

Talvez, atingirmos "essa meta: felicidade permanente" implica em adquirir uma visão mais clara com o que nos falta, com o que ainda está incompleto na nossa essência e que, naquele momento, estamos buscando, sendo necessária a compreensão ou, melhor dizendo, a consciência de que a satisfação plena pode naturalmente não acontecer, uma vez que a perfeição torna-se/permanece sendo um estado situacional ainda de complexa compreensão do próprio sujeito. A procura exagerada objetivando o "Quero ser feliz SEMPRE!" - como se esse "sempre" pertencesse 'sempre' a um futuro próximo, a 'alguns minutos quiça horas de distância', mas que 'sempre' permanece nesse mesmo estágio - faz com que não possamos alcançá-lo. Pelo menos aparenta ser esta tal sensação, no sentido de que podemos estar 'chegando perto do topo', porém o 'sempre' nunca é 'agora'... Por que será?! Por que mesmo tentando praticar o "carp diem de todos os dias" não conseguimos chegar ao esperado, idealizado e super quisto "sempre"?

Nossa subjetividade e autenticidade em viver têm de ser posta à mesa no momento do conflito interno em perceber que algo não vai bem, mas que mesmo assim preferimos estar imersos nessa obscura procura pelo "Feliz sempre! Quero ser feliz"

Por estas palavras, com pontuações não tão bem colocadas, pode-se enxergar uma felicidade muito técnica e cheia de "meio-fios", sem beleza própria, sem estampa, sem face... "O que é ser feliz?!", senão uma grande questão a ser descoberta no decorrer da vida, ou melhor dizendo, ao ser RECONHECIDA nessa incógnita que é o viver por meio da autenticidade de cada ser em suas experiências passadas em conjunto com suas perspectivas do futuro e decisões do presente...

Um novo ano e um novo post.


Quem sabe este possa ser encarado como aquela postagem referente ao
"primeiro dizer do novo ano". Será que encaramos a virada de um ano como um recomeço realmente?! Ou poderíamos dizer que não passa de uma "repaginada" na vida como um todo?! Ou então uma "nova" versão do que se vive (não necessariamente "nova" no sentido estrito da palavra, mas sim no que se refere à revisão das perspectivas e/ou expectativas do dito futuro - que, por sua vez, se iniciara minutos depois dos votos feitos na passagem do ano)?! Enfim...

Muitas vezes, as pessoas se preparam para uma grande despedida que dura alguns minutos e, quando chega no dia posterior se cumprimentam como se não estivessem se visto no dia anterior...

Mas isso não vem ao caso! O que as pessoas esperam mais em um ano? No que votam? Será que por trás das suas muitas expectativas encontra-se o amor como base? A falta daquilo que não temos e que procuramos no próximo (no outro alguém) pode nos mover de diversas formas, sob diversas facetas de motivações e/ou ações. E, atrelado a isso, pode-se dizer que o "auto-conhecimento" caminha de mãos dadas com o tal "amor" que vínhamos mencioando, uma vez que, amando temos a chance de nos distinguirmos dos demais... que podemos descobrir nossas diferenças, nossas esperanças, anseios, medos, resistências diante do outro como também diante do mundo segundo impasses para realização de algo, desejos, sentimentos mais manifestados... um conjunto de fatores capazes de nortearem a grande e misteriosa resposta do "quem sou eu?"

segunda-feira, novembro 29, 2010

Quando o Branco não é "Paz!".


Uma fase branca.

O branco nem sempre é "Paz!", seja de espírito ou de ambiente ao redor. Uma fase branca, sem vida, sem cor, sem risos, sem olhares, sem conversas, sem inspiração é tão angustiante como uma tarde de domingo ensolarada de férias. Afinal férias nem sempre implica em "felicidade constante" ou em "sou a pessoa mais merecedora de um momento tranqüilo", para que tanta tranqüilidade? Para tornar a vida monótona?
Uma fase branca, uma fase branda, branca x branda, branda e branca... O que fazer? Pessoas novas? Pessoas "velhas" e saudosas? Precisar de algo que nos acrescente nesse momento é visível, porém tal busca não depende exclusivamente de "conselhos de amigos", de falas de pais... A resposta tem de ser sentida pelo próprio ser que nesta situação não se encontra pleno, ou relativamente pleno, partindo do pressuposto que a felicidade plena é algo total, no sentido de estarmos completos. Mas, como somos seres incompletos e o 'não-ter' nos move rumo a busca constante de algo que, por sua vez, podemos até mesmo não saber o que é, porém mesmo assim estamos tentando encontrar o "algo-interrogação".
Seja através de uma frase, de uma música, ou de uma frase presa em algum cartaz, ou no biscoito-da-sorte, a justificativa para nossa indagação, podendo esta ser clara ou não: aparece.
Não adianta os discursos dos que nos rodeiam, o encontro com aquilo que não está em nós naquele momento vai muito além de qualquer satisfação de fácil resolução.
Seja um olhar ou uma conversa sem muito adentrar nas suas questões pessoais mais emergentes do tipo "mora com quem?", ou "o que você faz?"... Deixe de padrões, de regras gerais de convivência e deixe as falas fluírem rumo a algo que ainda não sabemos. As conversas sem objetivo podem nos deixar com preguiça de iniciar, porém em momentos onde não sabemos muito do que queremos e/ou quem somos, a "conversa sem rumo" pode ser um meio de chegar em algum lugar, mesmo que este seja lugar algum - que já significa algo, que ali nada há que te motive. Enfim, talvez seja melhor optar pelo "deixe...!(reticências com exclamação)"


M.

Ps.: "Uma fase branca" foi resultado de uma frase mesmo, que escutei em um dia a tarde... (=

Nos Rascunhos do email.

O que as pessoas buscam?
Será válido atribuir sua felicidade a outrém?
O que sou eu face ao outro?
O que é ser feliz?
Terão essas perguntas regular conexão? Sim? Não? Depende (...)?

O que as pessoas procuram ao escrever para um programa de TV de relacionamentos? Porque essa necessidade tal de se "juntar" ao outro?

Uma conversa no ônibus de viagem entre cidades durando quase três horas, um café da tarde que se estende a organização do guarda-roupa... Pessoas? Ter medo de se abrir a elas? Qual o limite que pode ser sentido para uma conversa casual? Será essa insegurança reflexo de julgamentos?

O que é a vida frente ao estabelecimento de relações pessoais? Será que é possível chegar a uma conclusão ao que mais torna a pessoa existencialista, ou melhor dizendo, mais humana perante a vida seja sua ou a vida como um todo?
Apontando três questões pode-se dizer que a perda de alguém ou de uma situação que em muito significa algo para você; ou uma doença repentina que, "por acaso" é descoberta; ou ainda --------------------- (não me lembro de fato qual seria o terceiro motivo que não volta a memória mesmo.)
Enfim...

Quando há a perda por algo e vivemos intensamente aquele luto, pensamos no porque de ter depositado tanta expectativa em algo. Na verdade, aquilo poderia não dá tão certo quanto esperávamos, porém mesmo assim continuamos tendo aquela situação como ideal, no sentido quase que utópico de realização e buscando incansavelmente aquela meta. Caso, tratemos de um ser humano, complica ainda mais, uma vez que o convívio já se deu e realmente a falta, o não-ter, o não-conversar, o não-olhar nos encomoda... O conflito de "matar" alguém vivo em nossas memórias pode nos levar a refletir também sobre o porque de prezarmos aquela pessoa como um ser significante no nosso viver.

Uma doença repentina nos alarma, nos faz pensar sobre o cuidado com o corpo enquanto algo que nos mantém vivo também, mesmo que não somente ele. Se descobrimos que nosso tempo de vida é restrito, a probabilidade de nos tornarmos pessoas mais intensas é tão grande, tão grande, que a vontade de viver imensamente nos espanta. O que é esse viver? Seria um correspondente ao medo/receio/temor de morrer? O desapego do corpo, da materialidade, implica uma preocupação implícita do que vem depois desse mundo, uma vez que não sabemos o que antecede? Qual o propósito de viver o "aqui", às vezes nem esse "aqui" é "material", partindo do pressuposto que desconhecemos seu antecessor ou sucessor, senão temos uma certeza do que é o depois? Será que atrelado à essa perda do que sabemos o que é esse mundo está a perda das relações estabelecidas?

Ps.: Pensamento inconcluído, mas de qualquer forma pode contribuir para alguma coisa... ou não? "Enfim . . ." pode ser válido, como o contrário pode ocorrer. Talvez hoje seja um dia de não ter uma resposta para o oito e nem para o oitenta! (=

Estava salvo nos Rascunhos do email e encontrado novamente hoje.


M.

segunda-feira, outubro 11, 2010

Mudança.

adaptacao... comodismo... conformismo... palavras q degeneram o interior do
homem.[...]


"Mudar" não é td, mas é "alguma coisa" (não é mudança segundo o censo comum... nao se trata de uma ''revolução". A mudança é do imprescindível para uma realidade q consideramos como possibilidade de existir para nós mesmos e para o nosso redor.

M.


Ps.: "Mudança - Fragmento" pedaçodepensamento.