domingo, janeiro 23, 2011

"Feliz?! Sempre!" Ou pseudo-felicidade?


Por que temos essa cobrança, por vezes tão acirrada, dentro de nós mesmos? Por que queremos sempre ganhar? Por que temos de ser sempre bem humorados buscando deixar evidente nossa felicidade constante? (Mesmo que esta evidência seja para nós mesmos...)

Por que nos exigimos tanto para com nós mesmos em ser feliz o máximo que pudermos?! A busca cega por esta felicidade acaba nos forçando em certos momentos, não permitindo que o brilho, a leveza e a autenticidade da nossa existência aja por si só - que sejamos nós, que choremos e abracemos toda a tristeza quando ela bater a nossa porta, a fim de que os resíduos da sua invasão seja aniquilada muito mais que noventa por cento, em prol da "não lembrança ruim"...

Talvez, atingirmos "essa meta: felicidade permanente" implica em adquirir uma visão mais clara com o que nos falta, com o que ainda está incompleto na nossa essência e que, naquele momento, estamos buscando, sendo necessária a compreensão ou, melhor dizendo, a consciência de que a satisfação plena pode naturalmente não acontecer, uma vez que a perfeição torna-se/permanece sendo um estado situacional ainda de complexa compreensão do próprio sujeito. A procura exagerada objetivando o "Quero ser feliz SEMPRE!" - como se esse "sempre" pertencesse 'sempre' a um futuro próximo, a 'alguns minutos quiça horas de distância', mas que 'sempre' permanece nesse mesmo estágio - faz com que não possamos alcançá-lo. Pelo menos aparenta ser esta tal sensação, no sentido de que podemos estar 'chegando perto do topo', porém o 'sempre' nunca é 'agora'... Por que será?! Por que mesmo tentando praticar o "carp diem de todos os dias" não conseguimos chegar ao esperado, idealizado e super quisto "sempre"?

Nossa subjetividade e autenticidade em viver têm de ser posta à mesa no momento do conflito interno em perceber que algo não vai bem, mas que mesmo assim preferimos estar imersos nessa obscura procura pelo "Feliz sempre! Quero ser feliz"

Por estas palavras, com pontuações não tão bem colocadas, pode-se enxergar uma felicidade muito técnica e cheia de "meio-fios", sem beleza própria, sem estampa, sem face... "O que é ser feliz?!", senão uma grande questão a ser descoberta no decorrer da vida, ou melhor dizendo, ao ser RECONHECIDA nessa incógnita que é o viver por meio da autenticidade de cada ser em suas experiências passadas em conjunto com suas perspectivas do futuro e decisões do presente...

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