segunda-feira, agosto 16, 2010

O Império do Efêmero.

"...não há sistema de moda senão quando o gosto pelas novidades se torna um princípio constante e regular, quando já não se identifica, precisamente, só com a curiosidade em relacao às coisas exógenas, quando funciona como exigência cultural autônoma. Nessas condições, poderá organizar-se um sistema de frivolidades em movimento perpétuo, uma lógica do excesso, jogos de inovações e de reações sem fim" (O Império do Efêmero - Gilles Lipovetsky)

domingo, agosto 08, 2010

Acumulando pessoas.

Acumulando pessoas na sua “caixa de lembranças”? Sim, há quem deixa pessoas guardadas consigo mesmo por anos como se aquilo fosse eterno, porém há momentos em que é necessário deixar que o eterno voe, flutue sobre seu próprio caminho, sem que o limitamos com nossa possessão por tê-lo próximo, seja fisicamente ou mentalmente – no sentido de ser constante em nossos pensamentos.
Seria uma relação saudável deixarmos que esse acúmulo perpetue pelos nossos dias nos impedindo de avançarmos quanto ao “novo”? Ou poderia essa forma de “amar” ser estabelecida como um receio do fato de ficarmos sozinhos?
Questões como essas nos levam a um campo nem um pouco admirável e transparente, que é o do comodismo. Comodismo este que implica em uma forma de não sermos livres conosco.
Por quê?
Simplesmente, pelo fato de amarrarmos pessoas aos nossos pensamentos como se fossem as únicas capazes de nos deixar felizes. E, quem disse que não somos únicos o suficiente para ficarmos contentes com “o que sou”? Nossas peculiaridades nos faz pensarmos no que podemos criar enquanto um universo próprio e enriquecedor para com os que estão a nossa volta – a evolução individual.

Um período da vida chega, ou até mesmo um determinado momento/ situação vivida, que percebemos que temos de deixar o "eterno criado” ir viver a sua atmosfera seja com a escolha feita.
Deixar o sentimento fluir para o lado que quiser e quebrar as barreiras sólidas da verdade absoluta construída.

Não deixar que a poeira acumule dentro dos seus pensamentos e o amor cultivado acerca daquilo que não mais a (o) motiva não é uma tarefa fácil a partir do momento que você se habituou ao “amor estável” que cultiva. É necessário renovar aquilo que não mais lhe traz felicidade verdadeira, ou até mesmo, onde não há uma contribuição mútua para o que se vive. Projetar e ir de encontro a novas alternativas: “um mergulho no desconhecido”. Por mais complicado que seja encerrarmos algo que mexe com aquilo que mais tomamos cuidado que são os sentimentos faz-se necessário quando o amor tem a probabilidade também de crescer apenas de um lado.